Setor Cerâmico e UFS firmam parceria
No fim da tarde ontem, dia 21, o Instituto Pró-Cerâmica e a UFS assinaram um convênio que compõe um pacto de cooperação técnica objetivando o estímulo ao plantio de eucalipto para fins energéticos do setor cerâmico.
Aracaju/SE, 09 de Janeiro de 2020

Foi assinado no fim da tarde de ontem, dia 21, um convênio entre o Instituto Pró-Cerâmica (IPC) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS). O acordo firmado entre as instituições compõe um pacto de cooperação técnica objetivando a implantação e estimulo ao plantio de eucalipto para fins energéticos do setor cerâmico em uma área localizado no Platô de Neópolis, região do Baixo São Francisco.
O instituo Pró-Cerâmica é uma entidade com o cunho de professar e defender no âmbito institucional o desenvolvimento da Indústria de Cerâmica Vermelha. A instituição apóia solidamente os sindicatos, tendo a totalidade de seus membros filiados ao Sindicer.
Assinou o convênio o Presidente do IPC, Dr. Mehujael Colaço, e o Magnífico Reitor da UFS, Josué Modesto de Passos Sobrinho. Com o acordo, foi disponibilizada pelo governo do Estado, em caráter de comodato, uma área de 108 hectares de terra imprópria para a agricultura convencional. As terras foram cedidas em um contrato de 25 anos, prorrogáveis por mais 25. O projeto é formado em etapas, onde as próximas três preveem o reflorestamento de 1200 hectares no agreste sergipano em conjunto com a Universidade Federal.
O convênio é importante para as indústrias de cerâmica do estado, principalmente as vinculadas ao IPC da região do Baixo São Francisco. Todavia, existe também a preocupação com o meio ambiente. Através da utilização de matérias primas renováveis, como a madeira de reflorestamento, estimula-se a inibição do desmatamento ao mesmo tempo em que supre a produção dos ceramistas. Somando-se a tudo isso há o ganho de tempo e o aumento da produtividade. Numa área de reflorestamento pode haver até três cortes, com intervalos de três anos cada um. Para se ter uma idéia da importância disso, enquanto um metro cúbico de lenha de reflorestamento leva três anos para atingir o período de corte, um metro cúbico de lenha em mata nativa chega a levar trinta anos.
O acordo assinado deverá iniciar um processo onde será evitado o corte de inúmeras árvores nativas. Para Mehujael Colação, Presidente do IPC, esse é um dos pontos altos do convênio, pois, além da questão ambiental, existe o benefício econômico. “É necessário que o estado de Sergipe comece a se preocupar com isso, pois estamos caminhando para um apagão florestal. Já estamos sofrendo com a falta de lenha. Isso é da mais alta importância, não só para as indústrias como para o meio ambiente”.
Segundo o Reitor da UFS, Josué Modesto de Passos, com a legislação vigente, atividades econômicas como a cerâmica tornaram-se inviáveis sem que exista a preocupação com o meio ambiente. Daí a importância da parceria. “Neste caso, com o objetivo de fomentar a produção de florestas econômicas evitando o uso das reservas naturais, o que ainda é tão comum em nosso estado”, salienta o Reitor.
A UFS participará do convênio através do seu departamento de Ciências Florestais, onde o corpo docente deverá desenvolver experimentos que visem prestar assessoria no melhor plantio e desenvolvimento da floresta de eucaliptos. O Professor Sérgio Luis Martins, coordenador do convênio entre a universidade e o IPC, avalia que o acordo firmado abrirá portas para possibilidades de desenvolvimento de pesquisas em setores que são extremamente importantes para a economia sergipana. “Para nós é uma oportunidade de desenvolver nosso trabalho de extensão. Para o IPC representa um ganho tecnológico por ter acesso a as informações que estão disponíveis no meio acadêmico”, afirma Sérgio.