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Reunião na FIES discute Projeto de Lei que prejudica setor industrial

Aracaju/SE, 22 de Setembro de 2016

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Com o objetivo de rebater o impacto que provocaria no segmento industrial a aprovação do projeto de Lei 71/2016, recentemente remetido à Assembleia Legislativa pelo Governo do Estado, a Federação das Indústrias convocou uma reunião de emergência nessa quinta-feira, 22, conseguindo reunir os mais importantes representantes industriais de Sergipe. 

Além dos empresários, estiveram presentes o deputado Zezinho Guimarães, presidente da Comissão de Economia e Finanças e relator do projeto, e o Secretário Estadual do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e da Tecnologia (Sedetec), Francisco Dantas.

Pelo projeto, o governo institui o Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal do Estado de Sergipe (FEEF) com recursos oriundos de um mínimo de 10% do valor do benefício fiscal concedido pelo próprio Estado para que empresas se instalem em território sergipano.

Para os empresários, o projeto representa uma sangria inconcebível, num momento em que a economia ainda patina sobre as incertezas do atual governo da república. Para o próprio deputado Zezinho Guimarães, é uma “quebra de contrato”, já que, pelo projeto, são modificadas as regras dos benefícios que incentivaram empresários a optarem por Sergipe. “Se soubessem que seria dessa forma, teriam optado pelo nosso Estado?”. Para o empresário Roberto Vieira, do Grupo Constâncio Vieira, o “benefício fiscal não se configura um incentivo, mas uma sobrevivência às empresas”. Para o empresário Ricardo Franco, “é chegado o momento do estado apertar o cinto como a indústria já apertou o seu”. Foi dele a principal proposta apresentada durante a reunião, na qual seriam examinadas propostas de emendas ao texto original. O empresário sugeriu que apenas uma proposta fosse levada ao Governador: a de sobrestar o projeto por 90 dias, permitindo que um comitê de empresários, representantes do Governo e técnicos da FIES, elaborasse proposta consentânea com o interesse geral.

Foi consenso na reunião que o momento vivido pelo país é de grande incerteza. Há expectativas de melhoria da economia, mas sem evidentes sinais concretos dessa realidade. Acreditam todos eles que se a economia não melhorar a aprovação desse projeto seria “o começo do fim”.

Para o secretário Chico Dantas, a reunião foi bem produtiva e todas as ideias chegarão ao conhecimento de Jackson Barreto. “O governo está aberto ao diálogo, e o próprio governador me autorizou a discutir com o segmento da indústria. Eu tenho certeza que as coisas vão chegar a um ponto de convergência porque, acima de tudo, é posição do nosso governo a manutenção do bom relacionamento o mundo empresarial de Sergipe”, pontuou Dantas.

Já o ex-governador de Sergipe e empresário, Albano Franco, essa medida surpreendeu a todos os empresários e, nesse momento, é uma atitude que deve ser muito discutida. “Foi da maior importância essa reunião convocada pelo presidente da FIES, Eduardo Prado, pois esse projeto é nocivo ao desenvolvimento industrial sergipano.” ponderou Albano. 

O próximo passo será a comunicação ao governador do que foi discutido nessa reunião e a criação de um comitê para que ocorra um debate sobre o que deve ser feito para não onerar, ainda mais, as empresas e auxiliar o Estado na busca por uma queda nesse déficit econômico que vem prejudicando o fechamento das contas do governo. 

 
Para entender o assunto
Amparado no Convênio ICMS 42, do CONFAZ, o Governo de Sergipe remeteu à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 71/2016 com a proposta de criação do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal. O projeto, uma vez aprovado, permitiria a retirada de um mínimo de 10% do valor dos incentivos fiscais concedidos pelo Governo de Sergipe ás empresas que, por ele atraídos, buscam se instalar em território sergipano. Com isso, o que seriam 100% de incentivos tornam-se 90% ou ainda menos, vez que, por simples decreto, poderia o governo majorar esse percentual. As empresas que programaram seus orçamentos e plantas industriais com base no montante original proposto teriam que rever toda a sua estratégia, ainda mais tangidas pelas implicações econômicas que permeiam o atual e incerto momento político brasileiro.
 
Ação da FIES
Já em maio, muito antes do envio do projeto pelo Governo, o presidente da FIES protocolou correspondências ao Governador Jackson Barreto, bem como ao Secretario da Fazenda, nas quais evidenciava os prejuízos que se acarretariam ao segmento industrial caso Sergipe aderisse ao Convenio ICMS 42, aprovado pelo CONFAZ. Nelas, o presidente demonstrava expectativa por esforços do Governo de Sergipe em construir alternativas na redução de gastos e desperdícios da maquina pública, a fim de  evitar a majoração de tributos ou a criação de novas obrigações ao empresariado.
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