No último mês de 2021, a produção da indústria brasileira apresentou avanço de 2,9%, segundo dados divulgados pelo IBGE. Com o resultado de dezembro último, a primeira taxa positiva desde maio, o setor conseguiu fechar o ano passado com alta de 3,9%, após dois anos seguidos de perdas.

O resultado do ano passado ainda foi a maior expansão anual desde 2010, quando o setor tinha crescido 10,2%. Todavia, a alta registrada compensou a queda de 4,5% de 2020.

Para Eduardo Prado de Oliveira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), “o resultado de 2021 é marcado por dois movimentos - do lado da oferta, devido à falta ou o alto custo da matéria-prima, aliado ao desarranjo das cadeias globais de suprimentos e o encarecimento de outros custos de produção. Já do lado da demanda, a inflação elevada e a lenta recuperação do mercado de trabalho no país”.

Ainda assim, Eduardo Prado, diz que “o desempenho forte da indústria, no último mês de 2021, deixou um carregamento estatístico positivo para a pesquisa da produção industrial dos próximos meses e pode contribuir também para um resultado mais favorável do PIB da indústria”.

Para 2022, a Casa da Indústria sergipana entende que a recomposição de estoques continuará sendo necessária, mas a esperada normalização das cadeias é ameaçada por novas ondas da pandemia, como a da ômicron. A pressão de custos ainda deve continuar e a energia pode ficar mais barata, diante das chuvas abundantes. Pela ótica da demanda, a lenta recuperação do mercado de trabalho e a queda gradual da inflação ainda devem impactar os consumidores.