Preço do trigo argentino preocupa indústria da panificação em Sergipe
Aracaju/SE, 24 de Abril de 2018


A recente seca em extensa área agrícola dos argentinos pode repercutir no preço do trigo praticado na importação feita pelo Brasil. Em março, esse cereal foi o principal produto da pauta de importações sergipanas, com representatividade de 35% das aquisições. Apesar do período de plantio do trigo ser iniciado em maio, há certa expectativa do mercado quanto às perdas que possam ocorrer por causa da estiagem no país vizinho. Existem estudos que dizem que a perda geral de grãos seja na casa dos 50%.
E o principal produto, que está presente na mesa de grande parte dos sergipanos, e pode vir a ter uma alta por ocasião desses problemas, é o pão francês. Na última análise da cesta básica, publicada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em março, o preço desse alimento, em Aracaju, apresentou pequena queda de 0,63%. No entanto, não é o que se espera para os próximos meses devido à possível quebra de safra provocada pelas adversidades climáticas do principal país fornecedor de trigo para Sergipe.
Em 2017, do total importado pelo Brasil, 84% do trigo foi proveniente da Argentina. Caso se confirme essa quebra na produção de grãos no país vizinho, a indústria brasileira poderá aumentar a demanda de os outros países que já fornecem o cereal, como Paraguai, Estados Unidos e Canadá. No entanto, esta prática acarretará no encarecimento do produto devido às questões de transporte e logística.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria do Estado de Sergipe (Sindipan/SE), Antônio Carlos Araújo, os empresários estão fazendo um grande esforço para não repassar esse aumento à população. “Estamos aguardando as informações vindas da Argentina, mas o temor por um acréscimo de preço na nossa principal matéria-prima, o trigo, é grande. Mesmo porque já vínhamos de uma baixa na produção nacional, devido também aos fatores climáticos no Paraná, nosso maior produtor nacional. Vamos ver até quando poderemos segurar os preços ao consumidor e não onerar ainda mais o bolso da população, sem prejudicar o nosso negócio”, afirma Antônio Carlos.