Ferrugem Alaranjada não atinge Canaviais Sergipanos
Enquanto outras regiões do país, como o interior de São Paulo e noroeste do Paraná, sofrem com a incidência da “ferrugem alaranjada”, os canaviais de Sergipe continuam livres dessa doença, essa é a informação que obtivemos de Marcelo Aguiar, pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros - UEP Rio Largo, Alagoas, que trabalha com a cultura da cana de açúcar.
Aracaju/SE, 09 de Janeiro de 2020

Enquanto outras regiões do país, como o interior de São Paulo e noroeste do Paraná, sofrem com a incidência da “ferrugem alaranjada”, os canaviais de Sergipe continuam livres dessa doença, essa é a informação que obtivemos de Marcelo Aguiar, pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros - UEP Rio Largo, Alagoas, que trabalha com a cultura da cana de açúcar.
A ferrugem alaranjada que resseca as folhas das plantas é uma nova doença, responsável por grandes perdas nas lavouras de cana de açúcar em países como a Austrália, Estados Unidos e Guatemala e que, em 2009, foi detectada pela primeira vez no Brasil. Essa doença na Austrália, por exemplo, se manifestou de maneira danosa com queda de cerca de 30% pelo fato desse país possuir 86% da área produtora ocupada com uma única variedade, a qual se mostrou extremamente susceptível.
A situação no Brasil, de maneira geral, é diferente por possuir uma grande quantidade de variedades sendo cultivadas. Neste sentido, segundo o pesquisador, essa é uma forma de amenizar os prejuízos causados e, aliás, pratica sabiamente adotada pelos produtores. De acordo com as informações disponíveis até o momento pelos levantamentos efetuados em São Paulo, as variedades RB72454, SP891115 e SP 842025 apresentaram sintomas significativos de ferrugem alaranjada.
Essa doença ainda não possui controle. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) está analisando algumas solicitações de registro de fungicidas à base de estrobirulina + triazol para o controle da Ferrugem Alaranjada. Nos lugares onde esse tipo de ferrugem ocorre o controle é feito basicamente com o plantio de cultivares resistentes. Assim, pode-se adiantar que o uso dessas variedades será a principal medida fitossanitária a ser adotada no Brasil. Nesse item, o país é privilegiado, pois possui excelentes programas de melhoramento para o desenvolvimento de novas variedades.
A presença da ferrugem alaranjada também já foi detectada nos estado de Minas Gerais e Espírito Santo e alguns procedimentos são recomendados para monitorar a doença no campo, entre elas a inspeção de áreas plantadas com variedades mais susceptíveis como a RB-72454, a SP-911115 e SP-842025. Essas inspeções devem ser feitas em canaviais com mais de 4 meses de idade, tomando o cuidado em verificar se os esporos são da cor alaranjada, tentando não confundir com a ferrugem comum, mancha parda e mancha anelar.
Além da ferrugem alaranjada outras pragas e doenças causam prejuízos para a cultura da cana-de-açúcar na região do nordeste brasileiro como a broca gigante, broca, escaldadura das folhas, ferrugem comum da cana e o raquitismo da soqueira.
Açúcar em alta
Posicionado com um dos três mais importantes produtos da nossa pauta exportadora, o açúcar sergipano volta a conquistar espaços, depois de experimentar um período amargo, quando grandes usinas existentes fecharam suas portas.
Desde 2008, o produto vem se consolidando como fundamental para a diversificação da pauta de exportação, dentro de esforços de organismos como o Centro Internacional de Negócios de Sergipe, unidade da Federação das Indústrias, que busca a ampliação do leque de produtos exportados por Sergipe. A elevação do preço internacional do produto aqueceu o mercado favorecendo o Brasil e os exportadores sergipanos.
O açúcar em Sergipe é responsável por cerca de 13,5% de todas as exportações do estado. Isso representa um pouco mais de R$ 3,5 milhões de todo o valor exportado até o primeiro semestre de 2010. O produto é o terceiro mais vendido pelo estado, estando atrás apenas dos sucos de laranja e dos calçados. Para a Federação das Indústrias, o momento é bastante favorável e precisa ser aproveitado, elevando-se o nível profissional da nossa agricultura, para que se torne ainda mais rentável.