O avanço da variante Ômicron no Brasil e ao redor do mundo pode ter impacto na cadeia global de suprimentos, desaguando no aumento dos preços dos insumos que são utilizados pelas indústrias do Brasil e do mundo. Esse temor tem levado as empresas a antecipar compras para reforçar estoques ou revisar planos.

De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a falta ou o alto custo dos insumos ainda permanece como uma das principais dificuldades do setor.

Para Eduardo Prado de Oliveira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), “o temor é que o fechamento de fábricas em várias partes do mundo, pela contaminação de funcionários por Ômicron ou gripe, pode trazer problemas no fornecimento e agravar as dificuldades logísticas, que se arrastam desde o ano passado”.

Um exemplo da dificuldade da falta de insumos pode ser visto na indústria têxtil que iniciou o ano pagando bem mais por suas matérias-primas na Bolsa de Mercadorias de Nova York onde o algodão, principal insumo, apresentou cotação recorde diante de uma oferta apertada e uma demanda mais forte.

E não foi somente o preço do algodão, cotado internacionalmente, que aumentou. Houve alta também nos insumos químicos e corantes da indústria têxtil.

Balança comercial da Indústria sergipana em 2021

Dados mais recentes do Comex Stat, plataforma de dados de comércio exterior do Ministério da Economia, analisados pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIES apontaram que a indústria de transformação sergipana vendeu, no ano passado, US$ 58,5 milhões em produtos ao mercado exterior, compreendendo 63,5% do total das exportações do estado.

Por outro lado, o estado adquiriu US$ 158,3 milhões em produtos elaborados pelas indústrias de transformação dos 63 países com os quais realizou transações comerciais em 2021. Nesse montante, estão englobados bem finais e bens intermediários que serão utilizados para produzir os produtos nacionais vendidos internamente e para o exterior.