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Exportações Sergipanas

As exportações sergipanas apresentam desaquecimento no semestre

Aracaju/SE, 09 de Janeiro de 2020

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Principais produtos exportados

As exportações sergipanas fecham o primeiro semestre de 2008 com déficit de US$ 13.657 mil em comparação com o primeiro semestre do ano anterior, enquanto as importações apresentaram crescimento de aproximadamente 25% no período e já ultrapassaram os US$ 100 milhões.

 

Com a queda nas exportações, Sergipe se posiciona na 24ª posição na lista dos estados exportadores, com índice de participação de 0,072% nas exportações nacionais, à frente apenas dos estados do Piauí, Acre e Roraima.

 

Tabela 1 – Balança Comercial de Sergipe

Em US$ mil FOB

 

1º Semestre 2007

1º Semestre 2008

Exportação

78.988

65.331

Importação

75.854

102.486

Saldo

3.134

- 37.158

Fonte: SECEX; elaboração FIES/NIE

 

Tabela 2 – Comércio Exterior de Sergipe – Exportações

Em US$ mil FOB - EXPORTAÇÕES

Saldo (08/07)

 

2007

2008

 

Janeiro

12.260

18.354

6.094

Fevereiro

8.584

8.551

-33

Março

15.565

7.825

-7.740

Abril

17.636

14.105

-3.531

Maio

13.463

7.377

-6.086

Junho

11.480

9.119

-2.361

TOTAL

78.988

65.331

-13.657

Fonte: SECEX; elaboração FIES/NIE

 

No período, as exportações sergipanas registraram queda acentuada, e fechando o período com saldo negativo de US$ 13.657 milhões, em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Econômico. Como observamos na tabela, iniciamos bem o ano.

 

Em janeiro exportamos 33,20% a mais que em janeiro de 2007 e tudo levava a crer que o entusiasmo do crescimento econômico iria contagiar o processo de exportação em Sergipe, mas já em fevereiro observamos uma pequena desaceleração nas exportações, justificável por ser um mês com a menor quantidade de dias úteis do ano. No entanto, o mês de março revelou uma surpresa desagradável, foi exportado por Sergipe apenas metade do que foi registrado no mesmo mês do ano anterior, ou seja, apenas US$ 7.825 mil. Em abril as exportações ultrapassaram os quatorze milhões, mostrando sinal de recuperação, e os meses de maio e junho novamente apresentaram resultados desfavoráveis em relação ao mesmo período do ano anterior.

Entre os principais setores exportadores, destacam-se os de fruticultura e minerais não metálicos (cimento), calçados, têxtil/confecção e alimentos, mas houve também exportação de açúcar no primeiro trimestre e álcool no segundo trimestre, contribuindo para a ampliação da pauta sergipana.

As empresas exportadoras sergipanas, que já sofrem com a precária infra-estrutura e logística do estado, agora também são assombradas pela freqüente valorização do Real em relação ao Dólar que tem desfavorecido os empresários sergipanos em relação ao comércio internacional. Verificamos que no primeiro semestre de 2007, o volume exportado de suco de laranja congelado, não fermentado, foi de 19.001.252 Kg, o que rendeu US$ 39.281.177, enquanto no mesmo período de 2008 o volume exportado foi de 16.827.999 Kg e rendeu apenas 25.962.198. Este quadro informa que empresas tiveram um menor faturamento, explicado de certa forma pala valorização do Real frente ao dólar americano ou pela valorização dos preços das commodities agrícolas que devem seguir em alta; desta forma, as empresas ganham menos reais pela comercialização internacional.

 

Um fator positivo a ser considerado na balança comercial sergipana no primeiro semestre de 2008 foi à diversificação da pauta exportadora. As exportações de cimentos, ficou como principal destaque no ranking dos produtos exportados; os sucos de laranja, após vários anos como número um do ranking, ficaram com a segunda colocação, porém as exportações de açúcar que desde 2005 não havia sido exportado, foi muito importante para elevar os números da exportação no estado, além das exportações de álcool etílico que ainda havia registros de exportação pelo Estado e no mês de abril exportou US$ 2.153.819. Tivemos crescimento também nas exportações de calçados e cosméticos, porém o setor têxtil e confecção tive uma acentuada queda. No primeiro semestre de 2007 o setor têxtil / confecção representou 2,62% das exportações do estado, enquanto que o primeiro semestre de 2008 as exportações deste setor representaram apenas 0,86%, apesar da queda do setor, foi observado em junho a exportação de maiôs e biquínis de banho, produto que ainda não tinha sido exportado pelo estado.

 

Entre os dez principais mercados compradores de produtos sergipanos cinco paises estão localizados na África: Gana, Costa do Marfim, Nigéria, Camarões e Guiné, juntos foram responsáveis pelo destino de 37% das nossas vendas externas; já a União Européia, mercado com grau de exigência elevado, foi o segundo maior destino neste período, enquanto a América Latina representou apenas 9,72%, quanto ao Mercosul, Sergipe não registrou exportação para Argentina, principal parceira comercial do bloco. Acreditamos que o mercado latino americano pode ser melhor aproveitado em nossas relações comerciais, principalmente os países que compõem o Mercosul, visto que as barreiras de acesso a esses mercados são mínimas.

 

Consta nos registros do MDIC, que Sergipe já exportou, em anos anteriores, barcos, café torrado, chá, cachaça, peixes, camarões, condimentos, frutas diversas, cerâmica e ladrilhos, adubos, artigos para uso sanitário e higiênico, couros, paletós, sutiãs, ededron, almofadas, vestuário para bebê, meias e outros que poderiam ser estimulados no comércio internacional, visto que em Sergipe existem empresas produtoras destes bens.

 

As importações sergipanas são basicamente de insumos, máquinas e equipamentos que não são fabricados ou disponíveis no estado, auxiliam as indústrias sergipanas na manutenção do seu processo produtivo. Percebe-se que as empresas sergipanas mantêm fortes parcerias comerciais para importar de países do Mercosul. Neste primeiro trimestre, a Argentina foi responsável por 15,72% das nossas importações, trigo é o principal produto adquirido neste país por empresas sergipanas. A maior preocupação em relação às importações ficou por conta das importações chinesas que obtiveram crescimento de 274,01%, ocupando a quarta posição.

 

A Federação das Indústrias esta cada vez mais conscientizada da importância do mercado global, apoiando ações para que as empresas continuem investindo para fazer do comércio exterior uma atividade importante de sua estratégia de negócios.

 

Trinta e uma empresas fizeram exportações expressivas nesse primeiro semestre, e neste grupo, as três primeiras do ranking de exportações sergipanas somaram juntas aproximadamente 75% das exportações do estado, segundo o site InfoMoney as MPEs contribuem com apenas 2% do valor das exportações brasileiras, Em países como os Estados Unidos, elas representam cerca de 40% e, na Itália, o percentual chega a 60%.

 

As exportações sergipanas mostram-se ainda muito acanhadas. Para entender melhor o problema, apenas no mês de junho de 2008, o estado de Alagoas exportou US$ 80.493 milhões, saldo superior a todas as exportações acumuladas em 2008 em Sergipe.

Antônio Alves – Coordenador Núcleo de Informações Econômicas – FIES

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